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Para bem educar é necessário amar

03.03.2022 - 03/03/2022
Para bem educar é necessário amar

Marcelino Champagnat, grande educador, padre e santo católico, dizia que para educar é necessário amar. Necessário é uma palavra latina composta de duas partes, “ne” e “cedere”. A partícula “ne” é de negação, e “cedere” do verbo ceder. Isso significa que não há outro modo de educar que não seja pelo amor, não dá para ceder a outra possibilidade que esteja abaixo deste limite. Ou se ama e se educa, ou não há nenhuma educação. 

A Campanha da Fraternidade de 2022 traz como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”, inspirado em Provérbios 21,26. Sabedoria e amor, essas duas virtudes que expressam o que há de mais nobre na pessoa humana. A sabedoria é um hábito inato com o qual alcançamos a verdade. O amor por sua vez é uma decisão livre da vontade, e busca, por benevolência, a realização das potencialidades do outro. A educação é, portanto, uma opção pela realização do outro que age por conaturalidade com o bem, é uma escolha íntima pela virtude, e uma inclinação absoluta para a verdade. 

Educar é dar ao outro o que lhe falta, não que não o tenha, mas que ele possui de modo incipiente, implorando para ser desenvolvido. É fazer crescer sua personalidade e caráter de modo excelente, pela prática das virtudes, especialmente as cardeais, prudência, justiça, fortaleza e temperança, para que a inteligência seja luz nas decisões e o humano possível se torne humano real e atualizado. 

“Nenhuma criança é um tubo digestivo”, esta afirmação da grande educadora Maria Montessouri nos revela que a criança, e de modo geral, o ser humano, não pode ser educado a partir de baixo, das suas potências inferiores, como os instintos, paixões e inclinações naturais, mas sim a partir de cima, de suas potências superiores, a inteligência e a vontade, todas as outras potências serão ordenadas se essas potências forem fortes e claras. O caminho para a educação da pessoa madura passa pelas virtudes, o homem virtuoso é o homem feliz, dizia Santo Tomás de Aquino. Educar não é apenas considerar dimensões conteudísticas, mas educar para o humano, humano integral, mais próximo do pleno quanto possível. 

O Papa Francisco ao propor o Pacto Educativo Global nos oferece uma oportunidade de pensar a educação de maneira integral e abrangente. Considerando o humano a partir das suas dimensões mais íntimas. É o que precisamos para o hoje e para o futuro, seres humanos plenos. Todas as mazelas da história não têm origem nos conhecimentos científicos, nos cálculos matemáticos, nas pesquisas, mas nas desordens emocionais, no embotamento dos sentidos e na cegueira da inteligência. É a intemperança que gera desumanidade, uma escolha fundamental pelo que é mal. A educação vai no caminho contrário, por uma opção fundamental pela beleza, pela verdade e pela bondade. 

A Igreja do Brasil escolhendo para este ano o tema da educação na Campanha da Fraternidade nos faz este alerta para assumirmos nossa mais profunda vocação, humanizarmos e sermos humanizados. O cartaz da CF 22 mostra Jesus e a pecadora abaixada ao seu lado, Jesus com um coração na mão, enquanto a outra escreve no chão, perto deles pedras atiradas. Jesus nos mostra que educar é dar o coração, não pedras. É dar-se, e não dar coisas. É jogar o coração, não pedras. É abaixar-se e reescrever a história da vida do outro como uma nova criação, um novo gênesis, uma nova chance e uma nova pessoa. A posição fetal da mulher mostra que ela está pronta para nascer porque foi amada por um coração que se doou até o fim, até à morte. Não existe força maior do que um coração que se abaixa para amar. Este gesto gera o que Goeth disse ser a maior força existente sobre a face da terra, uma personalidade. O amor educa e gera pessoas, pois educar é um gesto especificamente humano e humanizador!

Alexandre Borges

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